18 de fevereiro de 2013

Glossario Ceramico

A
ADOBE - Argila crua secada no sol. Costuma ser misturada com palha para se tornar mais resistente. Usada para construções primitivas.

AGATAWARE - Técnica em que se usam argilas coloridas sobrepostas e abertas com um rolo. Resulta uma mistura com várias cores estriadas  que apresentam semelhança à pedra ágata.

ALMA NEGRA – É a parte escura que fica internamente nas paredes de um objeto cerâmico, em função do pouco calor de queima, ou seja, a parte escura não foi queimada. Encontramos muitos objetos cerâmicos assim hoje em dia, principalmente algumas cerâmicas indígenas.

ALUMINA – Um dos principais componentes das argilas. Quando usada nos esmaltes serve para controlar a viscosidade, impedindo que escorra pelas laterais da peça ao se fundir. O óxido de alumínio é utilizado também para aumentar a temperatura da queima tanto das argilas quanto dos vidrados, já que seu ponto de fusão é de 2050°C. Elemento refratário. (Al 2 O3). 

ARGILA – Certas terras e rochas pulverizadas formam, quando combinadas com água, uma pasta suficientemente homogênea – com plasticidade – passível de sermodelada/moldada, que endurecem ao passo em que vão secando – peças verdes – e que transformam em cerâmica através da ação do fogo. Silicato de alumínio hidratado A argila resulta da decomposição dos feldspatos.

ARGILA LÍQUIDA – Vide Barbotina.

ARGILA EM PÓ – Argila em pó,  desidratada e moída. Para ser utilizada em seu estado plástico, deve ser misturada com água e ser amassada e batida para que a massa fique homogênea. Também pode ser utilizada para formular barbotina, basta adicionar maior quantidade de água e ser batida a ponto de uma papinha mais líquida, se for utilizada para fundição deve ser defloculada.

ARGILA RECICLADA – Processo de retornar a argila ao seu ponto de plasticidade para ser novamente utilizada. Processo utilizado com pedaços de argila já endurecidos. Não perde suas características originais.

ARGILA REFRATÁRIA – Conhecida como “Massa Refratária”.  Material resistente à fusão. Resulta da mistura de areia com pó de cerâmica moída (biscoito). Suporta altas temperaturas.

ARGILA VERMELHA – Popularmente conhecida como “barro”. De grande plasticidade e em sua composição entram uma ou mais variedades de argilas. Produzidas sem tanta preocupação com seu estado de pureza, quando queimadas no máximo até 1100°C adquirem colorações que vão do creme aos tons avermelhados, o que mostra o maior ou menor grau da porcentagem de óxido de ferro. Formadas por argilas ferruginosas.

AVENTURINA – Vidrado onde aparece a formação de pequenos cristais suspensos na superfície. Os cristais contêm óxido de ferro daí sua coloração amarronzada. É uma solução saturada.

B
BALL CLAY – Argila secundária. Normalmente é adicionada às argilas primárias para aumentar a plasticidade.

BARBOTINA – Argila misturada com água em estado cremoso. A barbotina é a cola da argila.

BATER / Amassar o Barro) – Significa homogeneizar a massa fazendo movimentos giratórios semelhantes ao de um padeiro ao sovar o pão. Pode-se também “jogar” o barro sobre uma superfície firme sempre cortando e reunindo as partes.

BENTONITA – Argila de granulação fina, bastante maleável de granulação muito fina. Tem alto índice de retração, 10 a 15 % do seu volume. Usada como agente plastificador das argilas quando misturada em barros magros, aumenta a plasticidade,  É usada em esmalte para evitar que endureça e se deposite no fundo do recipiente.
BISCOITO – Objeto de cerâmica queimado ou assado.

BOLHAS NO VIDRADO (Gretas) - Defeito no vidrado. Surgem na superfície esmaltada quando a queima se processa muito rapidamente em seu final, impedindo que os gases de desprendam totalmente. A queima deve ser mais lenta perto do ponto de maturação do esmalte, para evitar tal defeito. Ainda podem ser maiores, pois o esmalte se afasta formando uma cratera. São causadas pela liberação de gases em queima muito rápida ou também em função da existência de impurezas.
BOLHAS DE AR - Podem existir bolhas de ar dentro da argila. Precisam ser eliminadas sob o risco de provocarem explosão das peças durante a queima. São responsáveis por explosões dos objetos e também por rachaduras nos objetos de argila em fase de secagem. As bolhas surgem também em objetos de argila modeladosa mão e que não sejam bem emendados.
BONE CHINA ( Porcelana de Ossos) - Pasta dura e translúcida, branca e fina, composta basicamente de ossos calcinados (fosfato de cálcio), que atuam como fundentes. Sua composição reúne aproximadamente 50% de ossos calcinados, 25% de feldspato e outros 25% de caulim. A temperatura para queima está entre 1200 e 1250ºC.
BÓRAX - Borato de sódio hidratado. Usado como fundente na composição de muitos esmaltes e fritas. É utilizado também para o rebaixamento da temperatura de fusão de um esmalte. Contem cerca de 50% de água, e aconselha-se que seja adquirido já calcinado ou refinado.
BRUNIR (Polimento) - Consiste em dar polimento à superfície da peça em ponto de couro. Isto pode ser feito com plástico – tipo sacos de plásticos mais finos e foscos, ou com objetos lisos e até convexos como, por exemplo, as costas de uma colher de metal. Tornando a superfície do objeto cerâmico, mais lisa, brilhante e menos permeável. Processo utilizado desde a antiguidade e ainda utilizado em cerâmica indígena.

C
CÂMARA DE PULVERIZAÇÃO - Local apropriado para se fazer a esmaltação com pistola. Evita a dispersão do esmalte no ar, que por ser tóxico, irá causar danos à saúde.
CALCINAR - Desintegrar pelo calor.
CALOR VERMELHO ou Fogo Vermelho - Ocorre na queima quando a temperatura do forno está em torno de 700°C. A peça fica com a cor vermelho escuro. À medida que a temperatura sobe a cor vai mudando para laranja, amarelo e em 1300 graus C  fica  branca.
CAULIM - Argila primária, não plástica, de cor branca usada principalmente na composição da porcelana e de esmaltes.
CERÂMICA - Denominação da argila quando queimada acima de 600°C. Torna-se dura e resistente. Para se tornar impermeável deve ser esmaltada.  

CHUMBO -  Fundente muito ativo usado em esmaltes de baixa temperatura.  É extremamente tóxico e só deve ser usado em forma de frita.
CHAMOTE – Biscoito moído, utilizado para dar maior resistência à argila. Pode ser produzido em diferentes granulometrias; e argilas de todas as temperaturas podem ser empregadas para sua produção. No entanto a cerâmica refratária é a mais eficiente.
CINZAS – Utilizadas em objetos cerâmicos, provêm de madeiras, folhas e palhas.  É utilizada na composição de esmaltes (vidrados) de alta temperatura e também na composição de algumas argilas. Contém sílica e alumina.

CILINDRO - Equipamento mecânico que serve para abrir uma placa de argila. Slab Roller ou plaqueira.
CMC  (Carboxi Metil-Celulose) – Cola vegetal que pode ser misturada ao esmalte (vidrado) para sua melhor fixação na peça para ser levada ao forno. Facilita o manuseio e não altera a cor e as propriedades do esmalte.
COEFICIENTE DE EXPANSÃO – É o quanto o material se expande sob a ação do calor e se centrai progressivamente no resfriamento.

CONE PIROMÉTRICO - Produzidos com materiais cerâmicos são utilizados para indicar a temperatura desejada da queima da cerâmica.

CRAQUELÉ– Termo utilizado para definir pequenas trincas que se formam em nos esmaltes. É causado por diferenças dos coeficientes de expansão, ou seja, em função das grandes diferenças entre a expansão e a contração térmica da argila e do esmalte.

E
ENGOBE – Mistura de argila líquida, óxidos e outros componentes que pode ser aplicada em uma peça antes da esmaltação. Utilizado em peças cruas (ponto de couro), mas pode também de acordo com alguns ceramistas ser aplicado em peças biscoitadas.
ENGOBE VITRIFICADO – É o engobe que por conter materiais fundentes pode ser aplicado à peça já biscoitada em argila de alta ou porcelana.

ESMALTE – Camada vítrea aplica sobre os corpos cerâmicos. Vide mais em: Vidrado / Glazura.

ESMALTAÇÃO A PINCEL - É um dos processos de esmaltar objetos cerâmicos. Utilizando o pincel roliço para “andar com a gota” do esmalte sobre a superfície a ser esmaltada, pode-se até obter relevos em superfícies planas.

ESMALTAÇÃO POR PULVERIZAÇÃO – Processo que utiliza uma pistola com jato de esmalte. Deve ser utilizado em uma cabine própria, pois os esmaltes são tóxicos.

EARTHENWARE –  Argila com alto teor de ferro.

EXTRUSÃO – Processo de forçar a argila através de um tubo com um gabarito na extremidade. Método utilizado para preparar a massa cerâmica, utilizada também para a obtenção de serpentinas.

F
FRITA – É, basicamente, um vidro que foi fundido, resfriado e moído. É usado na composição de vidrados. Diminui a toxidade de elementos como o chumbo por exemplo.

FUNDIR – Produzir peças com argila através de formas de gesso e barbotina. Usa-se também o termo de origem espanhola, “colar”.

FELDSPATO – 1. Silicatos de alumínio que contém proporções variadas de potássio, sódio, cálcio e ocasionalmente bário. Sua função no corpo cerâmico é promover a fusão a uma temperatura mais baixa. Nos vidrados é utilizado como fundente e é a principal fonte de alumínio. Podem ser encontrados em muitos tipos de rochas sedimentares, consistem de três silicatos, alumínio, sódio e cálcio.

G
GOMA ARÁBICA – É a goma vegetal muito conhecida por todos e que é empregada na cerâmica como agente aglutinante para a aplicação de pigmentos sobre o esmalte já queimado. Também é utilizada na mistura de água e esmalte para melhor fixá-lo à peça antes da queima, evitando que o pó de esmalte se solte.

GRÊS – Nome de origem francesa, aplicado à cerâmica queimada a uma temperatura normalmente superior aos 1200°C, a pasta vêm vitrificada junto com o esmalte. Massa altamente refratária. Também conhecida pelo termo inglês stoneware “ barro – pedra”.   Ver  stoneware.

GRETAS - Surgem nas superfícies esmaltadas. Maiores que as Bolhas. O esmalte se afasta formando uma cratera. São causadas pela liberação de gases numa queima muito rápida ou pela existência de impurezas.

M
MAIÓLICA (MAJÓLICA) – Processo de decoração usado em cerâmicas de baixa temperatura, onde óxidos corantes e pigmentos são aplicados sobre a superfície da peça esmaltada com vidrados a base de estanho, após a queima as cores são fixadas sobre o esmalte.

MARMORIZADO – Aplicação de engobes de várias cores sobre a peça ou a mistura de argilas coloridas para a modelagem.

MÁSCARA – Técnica empregada na aplicação de engobes ou esmaltes para a obtenção de definida de uma figura sobre um fundo colorido.

MASSA CERÂMICA (ou Corpos de argila) - As massas cerâmicas são a mistura de uma ou mais argilas. Na indústria o termo “massa” é o material já beneficiado enquanto a argila é o material bruto. Podemos utilizar os termos argila, massa e barro como sinônimos, pois os ceramistas não fazem distinções entre os termos.

MISHIMA – Técnica de decoração de origem japonesa. Consiste em entalhar a peça de argila e quando atingido o ponto de couro, preencher os sulcos com engobedeixando-os secar completamente para então raspar os excessos. O engobe ficará incrustado na peça.

MINERAIS  Substância natural formada em resultado da interação de processos geológicos em ambientes geológicos. Cada mineral é classificado e denominado não apenas com base na sua composição química, mas também na estrutura cristalina dos materiais que o compõem. Em resultado dessa distinção, materiais com a mesma composição química podem constituir minerais totalmente distintos em resultado de meras diferenças estruturais na forma como os seus átomos ou moléculas se arranjam espacialmente (como por exemplo a grafite e o diamante). Os minerais variam na sua composição desde elementos químicos, em estado puro ou quase puro, e sais simples a silicatos complexos com milhares de formas conhecidas. Embora em sentido estrito o petróleo, o gás natural e outros compostos orgânicos formados em ambientes geológicos sejam minerais, geralmente a maioria dos compostos orgânicos é excluída. Também são excluídas as substâncias, mesmo que idênticas em composição e estrutura a algum mineral, produzidas pela atividade humana (como por exemplos os betões ou os diamantes artificiais).

MOLDE – Qualquer objeto que sustente a argila para criar uma  forma.

MOLDAGEM – Processo de execução de formas  para reprodução em série - via úmida, via seco.

MONOQUEIMA –  É a queima de biscoito e esmalte reunida em uma só. Muito utilizada na industria cerâmica porém pouco recomendada na cerâmica artística devido aos problemas causados.

MUFLA – Câmara ou caixa de argila, colocada dentro de um forno, para proteger algumas peças da ação direta dos gases. Também é uma denominação atribuída aos fornos elétricos.

O
OPACIFICANTE – Material que reduz a transmissão de luz através do vidrado. Óxido de estanho e óxido de zinco são ótimos opacificantes.

OXIDAÇÃO - (Queima oxidante) – É quando há, na atmosfera do forno, oxigênio suficiente para a combustão total do combustível empregado, como: gás, lenha ou óleo.

ÓXIDOS CORANTES – São pigmentos, baixo-vidrados e óxidos metálicos.

P
PALISSY,  BERNARD - Ceramista francês que viveu entre aproximadamente 1510 e 1590. O acaso por volta de 1539, colocou-o frente a uma faiança esmaltada, provavelmente italiana. Sua admiração foi tanta que desde então dedicou-se à arte da cerâmica. Descobriu o segredo dos esmaltes italianos e criou cerâmicas maravilhosas. Palissy, colhia folhas e conchas, pequenos animais na natureza e fazia o molde com uma camada de gesso, utilizando-os para moldar a argila e assim criar suas peças.
PATAMAR – Manutenção de determinada temperatura durante a queima ou fase final dela.
PORCELANA – A palavra porcelana refere-se à uma cerâmica branca, vitrificada e translúcida.
PORCELANA CASCA DE OVO – Nome atribuído, segundo Leach, de forma imprecisa, à determinadas cerâmicas japonesas e chinesas, muito finas e translúcidas, principalmente destinadas ao mercado europeu.
PORCELANA IRONSTONE – Porcelana de pedra, que após os descobrimentos do ceramista Wedgwood e outros, na Inglaterra, se designou a louça fina e dura.

Q
RAKU – Nome dado à peças de cerâmica japonesa, cobertas com uma camada vítrea muito leve de chumbo e bórax. Utilizada principalmente para a cerimônia do chá. A palavra Rakú pode significar desde tranqüilidade, conforto ou diversão, até felicidade, e origina-se de um ideograma gravado em um selo de ouro datado de 1598 por “Taiko” – que foi um mestre da cerimônia do chá – a “Chojiro”, filho de “Ameya”; um coreano estabelecido em Kyito em 1525, e que dizem ter sido o primeiro a fazer este tipo de cerâmica.  As peças são retiradas do forno ainda incandescentes, com o esmalte no ponto de fusão, seguras por pinças, e são colocadas num recipiente com tampa contendo serragem, ou folhas, ou jornais. Neste momento o material entra em combustão e inicia-se a redução (queima do oxigênio) . Como resultado processa-se a transformação dos óxidos metálicos surgindo colorações, as mais inusitadas. Após algum tempo retira-se a tampa do recipiente e com luvas pegam-se as peças que necessitam ser lavadas e escovadas para a retirada dos resíduos. Os efeitos são produzidos com a  fumaça de galhos, folhas, papel e serragem de madeira. Variações do processo são conhecidas como raku-nu ou naked-raku.
 
REDUÇÃO (Queima redutora) – É quando não há oxigênio suficiente na atmosfera do forno e átomos de oxigênio são “retirados” dos óxidos alterando a cor de um vidrado. O óxido de cobre, por exemplo, é verde em atmosfera oxidante e torna-se vermelho cobre em atmosfera redutora.

REFRATARIEDADE – É a qualidade de um material de agüentar altas temperaturas. O elemento refratário (por exemplo, alumina) permite ao vidrado menor fluidez e maior resistência à abrasão.

ROCHAS SEDIMENTARES – As rochas sedimentares são um dos três principais grupos de rochas (os outros dois sendo as rochas ígneas e as metamórficas) e formam-se por três processos principais: 1. pela deposição (sedimentação) das partículas originadas pela erosão de outras rochas; 2. pela deposição dos materiais de origem biogênica;  3. pela precipitação de substâncias em solução.

S
SGRAFFITTO  – Decoração onde o engobe que cobre a peça crua é retirado por pontas secas ou raspagens na peça.

SÍLICA – É o formador de um vidro em um esmalte. Não pode ser usada separadamente pois seu ponto de fusão é de 1750°C .

SILICATO  O termo silicato é usado para denotar um tipo de rocha que consiste de silício e oxigênio (geralmente como SiO2 ou SiO4), um ou mais metais e possivelmente hidrogênio. Tais rochas variam de granito a gabro. A maioria da crosta da Terra é composta de rochas de silicato, assim como as crostas de outros planetas rochosos. É um composto consistindo de silício e oxigênio (SixOy), um ou mais metais e possivelmente hidrogênio. É usado também em referência à sílica ou a um dos ácidos silícicos.

SINTERIZAÇÃO – Fase intermediária na queima da argila ou do esmalte, onde a fase líquida ainda não começou, mas o início da reação de um ou mais sólidos formou um amálgama, diminuindo a porosidade do material e aumentando sua resistência. As partículas sólidas se aglutinam pelo efeito do aquecimento a uma temperatura inferior à de fusão. Ponto de maturação de uma massa cerâmica.
SOBRE-VIDRADO / OG – Técnica empregada para decorar objetos cerâmicos já esmaltados. O veículo utilizado normalmente é o óleo mole e a temperatura de queima varia de 700°C a 850°C. É o que conhecemos como pintura em porcelana.

STONEWARE  (Grês) –  É uma Massa Cerâmica. Sua composição é semelhante a das rochas, daí sua denominação; a principal diferença entre essa massa e as rochas é que enquanto as rochas se formam na natureza, o stoneware é preparado pelo homem com uma seleção de minerais e uma parte de argila plástica. Em sua composição não entram argilas tão brancas ou puras como na porcelana o que estabelece uma coloração rósea, levemente avermelhada nas baixas temperatura e acinzentadas nas mais altas. A temperatura de queima pode ficar entre 1150 e 1300ºC, após a queima se tornam impermeáveis, vitrificadas e opacas.

T
TAGUÁ – Argila plástica com alto teor de óxido de ferro. O termo é originário do Tupi, TA-WA, que significa argila amarela.

TEMOKU – Nome japonês, indica o esmalte saturado de ferro, de cor bem escura, como as antigas cerâmicas japonesas conhecidas por “pêlo de lebre” e “mancha de óleo”.

TERRA SIGILATA – Tipo de engobe decantado, portanto, com partículas extremamente finas de argila. Fornece às peças uma superfície marrom avermelhada.

TERRACOTA ( Argila vermelha)  Popularmente conhecida como “barro”. De grande plasticidade e em sua composição entram uma ou mais variedades de argilas. Produzidas sem tanta preocupação com seu estado de pureza, quando queimadas no máximo até 1100°C adquirem colorações que vão do creme aos tons avermelhados, o que mostra o maior ou menor grau da porcentagem de óxido de ferro. Formadas por argilas ferruginosas.

U
UG / BAIXO VIDRADO - Corantes minerais aplicados sobre o biscoito e após a pintura protegido o trabalho por uma camada vítrea transparente.

V
VIDRADO OU GLAZURA – Aplicação de camada vítrea com esmaltes ou vidrados cerâmicos. É uma suspensão aguada de materiais insolúveis misturados muito finos, que se aplica nos corpos cerâmicos para formar uma cobertura. Quando estes materiais são levados a determinadas temperaturas, fundem formando uma composição líquida que quando esfria recobrem o objeto cerâmico com uma camada vítrea. É formado basicamente de elementos fundentes, refratários e corantes combinados. O termo esmalte também é muito empregado. Qualquer vidrado é composto necessariamente de três partes: 1. Um vidrante ou cristalizante . 2. Um fundente (feldspato – óxido de potássio). 3. Óxido de alumínio – possibilita que as combinações da sílica com o fundente sejam mais estáveis e viscosas.

W
WEDGWOOD - Famosa cerâmica inglesa do séc. XVIII. Produzida por Josiah Wedgwood (1730-1795), artesão oleiro inglês que renovou certas fórmulas antigas da cerâmica inglesa. A cerâmica de wedgwood crias os grés vermelhos envernizados de Staffordishire,  a imitação dos metais e os grês negros muito duros chamados de "basaltos" realçados com um adorno pintado. Utiliza em 1774 a decoração em uma grande variedade de pequenos camafeus para joalherias, com mais de 2300 modelos, aumentando a produção de jaspeados de massa branca decorados por finos e baixos-relevos moldados. Deve-se à Josiah Wedgwood também a vulgarização da decoração impressa, técnica elaborada por John Sadler, que consistia em repartir sobre a massa a tinta de um desenho ou estampa originais. No final do séc. XVIII, 28 imitações de wedgwood já haviam sido produzidas. Hoje a produção completa da joalheria wedgwood está centrada na indústria da cerâmica inglesa. 

8 de fevereiro de 2013

Carnaval de Veneza - O Mais Artistico do Mundo !

Carnaval de Veneza, cidade idílica localizada na Itália, é totalmente diverso da idéia que se tem desta festa. É uma celebração mítica e seduz um número infinito de visitantes que se concentram todos os anos nas cercanias da Praça São Marcos, apesar das baixas temperaturas e dos constantes prenúncios de marés altas que invadem sem maiores pudores as cercanias da Piazza.
Esta festa carnavalesca, que dura mais ou menos dez dias, tem uma feição muito pessoal, um movimento peculiar, distinto de qualquer outro Carnaval. Ao contrário de outras comemorações desta natureza, que nascem principalmente da mobilização popular, esta celebração é originalmente um ritual promovido pela elite financeira e cultural, embora seja igualmente dedicada ao prazer dos sentidos.
Ela se caracteriza pelo uso intensivo de máscaras e figurinos que tentam reproduzir o estilo dos nobres que viveram nos séculos XVII e XVIII, ou os modelos apresentados pelos personagens da Commedia Dell’Arte – representações teatrais muito comuns na Itália e por toda a Europa do século XVI até a metade do século XVIII, as quais celebrizaram os personagens até hoje tão cultuados, pierrôs, colombinas e arlequins.
Em fins do século XI o Carnaval de Veneza figurava nos registros como festas que se prolongavam ao longo de seis meses. O uso de máscaras havia se tornado tão habitual que foi preciso criar leis para regular sua frequente utilização. Muitos contraventores e assassinos se ocultavam por trás delas e várias pessoas cometiam adultério ou praticavam atos de sedução, protegidas pelo anonimato. Elas foram inclusive proibidas no começo do século XVII.
Este carnaval, tão esperado a cada ano por seus fãs, tão criticado por outros, quase foi eliminado do cenário europeu no século XIX. Mas da década de 80 para cá esta festa tem sido resgatada e cada vez mais estimulada pelo Estado, embora ela não seja de natureza oficial, e sim um fruto do empreendimento pessoal dos foliões. Cada pessoa liberta neste momento os devaneios reprimidos o ano todo, a vontade de se transformar em um determinado personagem.
A Praça de São Marcos é invadida pelo povo e por turistas, enquanto a elite se refugia nas majestosas mansões e nos castelos do Gran Canale, onde ocorrem também requintadas festas nas quais não faltam a champanhe mais cara e as orquestras mais refinadas. Os integrantes das altas camadas sociais ocupam os salões de festas dos luxuosos hotéis de Veneza, ornamentados com motivos extraídos de trechos das óperas de Verdi. Eles bailam ao som de valsas, tarantelas e agora com maior frequência ao ritmo do samba. Enquanto isso, o povo se solta nas ruas transbordantes de gente.
As máscaras são normalmente muito caras, mas há sempre alternativas que contemplam o bolso de cada um. Há também a possibilidade de se alugar um traje e de procurar, entre tantos artesãos que povoam a cidade, máscaras mais singelas, como as produzidas com um material conhecido como ‘cartapesta’ – misto de gesso e pasta de papel. Para quem tem um poder aquisitivo maior, há também as mais elaboradas, imersas em metal e ornamentadas com prata e ouro. A mais consumida é a famosa ‘bauta’, máscara branca no formato de um bico, complementada por um chapéu de três pontas, um casaco amplo e uma capa preta tecida com seda, a qual reveste os ombros e o pescoço, reproduzindo desta forma a imagem do nobre de Veneza.